Estudo sobre evangelismo parte IV: Que é a obra de ganhar almas?

Embora nós estejamos bem familiarizados com a palavra Evangelismo, e muitas referências a este tema, é importante neste momento analisarmos a realidade do que realmente é ganhar almas, quero apresentar este tópico extraído do livro de Orlando Boyer, no qual nos parece ser de vital importância para o nosso estudo. Primeiro veremos o que não é ganhar almas, isto é, os conceitos errados de se pensar em se tratando de evangelismo pessoal.


Ganhar almas não é:

1. Não é profissão: Deus nunca quer que a obra mais elevada e santa, a de ganhar almas, se torne uma profissão. Mas o amor à fama, o amor ao salário e o amor de governar leva muitos a vestirem-se com trajes eclesiásticos e aceitar títulos de oficio. Na história da igreja, as grandes colheitas de almas foram sempre fruto daqueles que trabalhavam sem ideia de profissionalismo, anunciando a Palavra por toda parte, à sua própria custa.

2. Não é dar esmolas: Muitos crentes estão deixando mais e mais de anunciar a mensagem que dá vida à alma, para dar comida e roupas aos pobres. Que a igreja deve compadecer-se dos pobres e dar é certo, mas não será o numero total de pães distribuídos que o justo juiz quer ver no ultimo dia, mas o numero de almas salvas. Pães e roupas não podem estancar a sede da alma: “qualquer que bebe desta água, tornará a ter sede”. (Jo. 4.13).

3. Não é reformá-las: Não se deve pensar nem dar a entender ao perdido, que a salvação é adquirida pelo fato de alguém levantar a mão, deixar de fumar, recusar bebida forte, e abandonar todos os vícios. Se o homem pudesse salvar-se, só por exercer o poder da vontade, Deus não teria dado seu Filho para sofrer a agonia do Getsêmane e do Calvário.

3. Não é magnetizá-las: A alma atraída pela personalidade ou eloquência do pregador permanece fiel só durante o tempo que o pregador fica com ele. “Meu ensino e a minha pregação não foram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se baseie na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1 Co. 2. 4 – 5). O grande numero de almas que Paulo ganhou para Cristo, não foi atraído pela personalidade do apóstolo. “Sua presença corporal era fraca” (2 Co. 10. 10).  

Diz-se que Jônatas Edwards, escrevia seus sermões por extenso, lia-os em voz monótona, pagina por pagina, segurando o manuscrito perto dos olhos por que era míope e, apesar disto, algumas vezes o auditório agarrava-se aos bancos com medo de cair no inferno dos pecadores, tão vividamente representado em palavras de fogo, e de tal forma, que multidões foram conquistadas para Deus. Era a Palavra do Senhor que os atraía e não a personalidade do homem.

Ganhar almas é:

  1. É pescar: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” Mat. 4. 19.

            Eu vos farei! Então, os pescadores de homens são feitos por Cristo. Todos os dons necessários, Ele lhes concede. ‘…serás pescador de homens” (Lc. 5. 10).

            A palavra nesta passagem no original traduzida literalmente, quer dizer: “apanhar homens vivos”, dando a ideia de salvá-los completamente do perigo mais horrível. Encontra-se esta palavra só uma vez mais nas Escrituras, em (2 Tm. 2. 26), “E se livrem do laço do diabo, tendo sido feitos cativos (apanhados vivos) por ele…”. Satanás também apanha almas vivas. Que hoste grande de cativos ele está conduzindo para o inferno! Alguns dos nossos queridos estão nesta procissão, e nós permaneceremos inativos?

  1. É ceifar: “Rogai, pois, ao Senhor da seara, que envie trabalhadores para a sua seara”. (Mat. 9. 38). Não é o dinheiro, nem os crentes, que envia o ceifeiro para suportar o calor, e o labor do dia inteiro, mas, sim “o Senhor da seara”. (Sl. 126. 5,6).
  2. É procurar o que se havia perdido: Toda a circunvizinhança comove-se ao saber que uma criancinha se perdeu no deserto. O pastor fiel não pode descansar, nem provar comida, a noite inteira, se não achar a ovelha perdida. Leia o capítulo 15 de Lucas e peça a Cristo que lhe dê sua compaixão abrasadora para com um mundo pródigo, e lhe ensine a procurar almas perdidas.

4. Ganhar almas é privilégio supremo do crente: Nem a Gabriel, nem a Miguel, nem a qualquer dos anjos dos céus, é permitido participar desse gozo de ganhar almas. Os anjos como sabemos são espíritos e não tem corpos humanos, jamais os anjos poderiam dizer: Jesus me salvou me curou etc. Somente aos homens e mulheres que passaram pela experiência da salvação, foi-lhes permitido pregar o Evangelho e ganhar almas. (Dn. 12. 3).

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